Aileda de Mattos
Oliveira*
“Venezuela e Brasil avaliam postos militares conjuntos na fronteira”
Pensar que as esquerdas
brasileiras, no poder, tornar-se-iam um exemplário de virtudes, aplacando o
instinto de vindita e tornando condescendente a sua ótica em relação às Forças
Armadas, é ser demasiado romântico para não reconhecer a grande célula vermelha,
em que se transformou Brasília.
Imutável, porque monolítico,
permanece o propósito das esquerdas de manter a ignara sociedade brasileira como
força motriz na concretização do plano obstinado de permanência, ad aeternum, no governo desta já
enxovalhada república.
Ambos se completam, povo e
governo; eleitores e eleitos; ambos predadores do país; ambos se deleitam na
indisciplina, na deseducação, no jeito sem-vergonha de ser, em todos os momentos
de suas míseras vidas.
Portanto, é ilusão pensar que o
miniministro da defesa tenha algum planejamento para consolidar a soberania do
país. Que esteja imbuído de interesse em proteger as fronteiras das duas
Amazônias, a Verde e a Azul. Que venha a se manifestar em favor da proteção das
riquezas minerais que se esvaem pelas ações piratas, por acordos lesivos, tudo
admitido pelos dirigentes apátridas.
A indiferença com que são
tratados os assuntos respeitantes ao Estado Brasileiro dá a justa medida da
pobreza cultural, da negação de civismo, do impatriótico comportamento dos
congressistas, dos governantes e do ignóbil povo que os elege. A afinidade moral
entre votantes e votados responde pela permanência, no poder, quase uma
vitaliciedade, de arqueológicas figuras políticas, eméritas na arte da troca de
favores e especialistas no fatiamento do tesouro público.
O que impressiona na vida
política nacional é a ausência total de notícias favoráveis ao país e às Forças
Armadas e, quando falo nelas, refiro-me, particularmente, ao Exército, alvo
contínuo da saraivada de estúpidas medidas com as quais o embaixador, arremedo
de ministro, tenta encobrir a desfaçatez de não estar em marcha um real plano de
defesa nacional. É notória a displicência, a lerdeza, a irresponsabilidade com
que o MD trata a questão da proteção dos territórios continental e marítimo. A
razão desse descaso ficou clara, agora.
A notícia vem de chofre e
informa que, em março, será realizada uma “reunião dos Estados-Maiores conjuntos de ambos os países”, a fim de
‘discutirem’ a proteção das fronteiras, agregando militares brasileiros e
venezuelanos.
Celso Amorim, ministro, age
como Celso Amorim, embaixador. Não há, na notícia, alusão à presença, em
Caracas, de algum militar brasileiro em sua companhia, para participar da
discussão deste plano descabido de defesa, porém, há referência a “outros altos oficiais militares” que,
deduz-se, sejam venezuelanos. Neste caso, pode-se admitir uma segunda dedução, a
de que o acordo já esteja praticamente selado. As perguntas instigantes têm que
ser feitas: se os postos serão conjuntos, por que não seguiram com o ministro
“altos oficiais militares” brasileiros? Ou prevalecerão nos postos os
bolivarianos? Por que o homem tem horror ao verde-oliva e admira o
cáqui?
Essa armação castelhanada leva a crer que os
militares brasileiros, designados pelo ministrículo[1] para irem a Caracas, em
março, apenas, balançarão a cabeça em sinal de assentimento.
Não desiste a malta petista de
tentar, a todo o custo, a integral contaminação dos militares brasileiros com a
insidiosa doutrina bolivariana, como forma de levá-los à frouxidão disciplinar
pela promiscuidade ideológica. Só com o aliciamento total dos militares do
Exército, só com a submissão servil desta Força, é que as esquerdas, sinistras
hordas de vândalos da moralidade, poderão submeter toda a nação aos seus mais
sórdidos caprichos. Somente com a queda do Exército, o Brasil será inteiramente
dominado. Eles sabem disso. Por isso, criam planos de infectar a Força com o que
há de pior na América ibérica e mantêm um contínuo ataque por vias periféricas
aos três postulados que a Força Terrestre tem de mais caros: a disciplina, a
hierarquia, e o ensino militar de seus Colégios e de suas
Academias.
Indisciplina, adoção de
cacoetes e chavões vermelhos, estas são a verdadeira essência, das futuras ações
conjuntas entre venezuelanos e brasileiros, com vistas à formação de unidades
militares sem identidade, sem nacionalidade.
É uma nova maneira de eliminar
as fronteiras brasileiras, criando mais uma terra contínua, não de falsos
ianomâmis, porém, uma extensão da Venezuela no Brasil, quando se permitirá a
entrada em território nacional de qualquer meliante travestido de militar
venezuelano-cubano, perdendo o país mais uma parcela de sua soberania.
Outra ameaça paira sobre o
ensino autóctone das sérias Escolas Militares brasileiras com a inclusão no
pacote de más intenções do ministro, de um intercâmbio entre elas e as outras
escolas militares do seu amigo Chávez e, incluso, como promoção de venda do
país, o de aperfeiçoamento de oficiais. Aperfeiçoar oficiais brasileiros com
ensinamentos bolivarianos?
Como veem este acordo o
Comandante do Exército e o CMA? Vão permitir mais esta ação de lesa-pátria,
disfarçada de ‘cooperação’ para que se concretizem as palavras do ministro
venezuelano, Henry Rangel Silva, de que “vamos conseguir que as nossas Forças Armadas se complementem”?
Ministro este, cuja vida pregressa levantada pelos americanos, não
surpreende, por satisfazer as exigências do conceito de mérito das esquerdas:
quanto pior, mais satisfaz a causa.
O Brasil não pode ser usado
como patrimônio particular de governantes afinados com regimes opressores, mesmo
sendo usuários da mesma carteirinha vermelha de identificação. O Brasil não pode
ficar submetido a alianças com a indigência latino-americana. O Brasil paira
acima das idiossincrasias, do egocentrismo de revoltados agentes de bastardas
ideologias, as quais desejaram impor pelas armas e, agora, pelos acordos que,
certamente, trarão mais prejuízos aos combalidos cofres da Nação.
E por falar em “cofres da
Nação”, a Rousseff, em Cuba, reproduzindo a prodigalidade do seu mentor, já
prometeu escancarar o erário brasileiro, como se fosse particular seu, para
ajudar Fidel na reforma do porto de Mariel, nas imediações de Havana. Além dessa
infâmia com o dinheiro do contribuinte, médicos cubanos virão ocupar postos nos
hospitais públicos brasileiros, segundo notícia radiofônica, naturalmente pagos
com o dinheiro da parte contribuinte da sociedade. Como se não bastasse, “o Brasil vai financiar fábricas de remédios
em Cuba”, (Estadão online,
31/1/20120), enquanto a saúde pública no Brasil, por redução de verbas no setor,
permanece ao rés do chão.
Pelo caminhar da carruagem, não
será surpresa se surgir a notícia de militares cubanos (já existem na Venezuela)
nos postos de fronteira, juntos com seus congêneres venezuelanos, tomando
posições-chave de comando em detrimento dos militares brasileiros que, isto
acontecendo, terão de ficar de boca fechada, numa cativa obediência à Amorim,
aos guerrilheiros Genoíno e Dilma, para não perderem as suas ‘grandes’ funções
de comando.
Quem pensou que era piada a
velha história sobre o imenso território brasileiro e a resposta de Deus: “Vocês
vão ver o povinho que vou pôr lá”, já compreendeu a razão do mau humor divino.
Irreverente, desrespeitoso, incivil, primário, este povo serve, pelo menos, como
exemplo do que deu errado no momento em que do caos fez-se a
luz.
(*Prof.ª Dr.ª em Língua
Portuguesa. Articulista do Jornal Inconfidência. Membro da Academia Brasileira
de Defesa. A opinião expressa é particular da
autora.)
[1] Ministro incapaz, inepto,
insignificante.
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