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Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira*
Difícil – e necessário – é para um País que pouco trato
teve com guerras convencer-se da necessidade de defender-se para poder
constituir-se. Não bastam, ainda que sejam proveitosos e até mesmo
indispensáveis, os argumentos que invocam as utilidades das tecnologias e dos
conhecimentos da defesa para o desenvolvimento do País. Os recursos demandados
pela defesa exigem uma transformação
de consciências para que se
constitua uma estratégia de defesa para o Brasil. ( Trecho 1. In: Estratégia Nacional de Defesa.) O grifo
é da autora.
Disposição para
mudar o que a Nação está a exigir agora de seus marinheiros, soldados e
aviadores. Não se trata apenas de financiar e de equipar as Forças Armadas.
Trata-se de transformá-las, para
melhor defenderem o Brasil. (Trecho 2. In: Estratégia Nacional de Defesa.) O grifo
é da autora.
Há dois fragmentos da END nos
quais se fala em “transformação” e em “transformar”. Isto não significa que não
haja outras partes do documento dando ênfase às mesmas palavras, pois a sua
leitura investigativa leva tempo.
Certamente, é urgente “uma transformação de consciências”
quando se trata de esclarecer a sociedade da necessidade de defesa do Brasil,
considerando que não se coaduna com os tempos atuais essa reiterada mitificação
de povo pacífico, não habituado a guerras. O brasileiro precisa, imediatamente,
incorporar-se no trabalho de mobilização em prol da soberania nacional e
conscientizar-se, sim, de que a terra que o acolhe e onde nasceu, exige outros
cuidados para a manutenção de sua soberania, eliminando a perniciosa ideia de
que o País se basta com carnaval e futebol.
Se o brasileiro carrega nos
ombros esta pecha de pacifista e repete a cantilena dissonante das sereias
rouquenhas da esquerda, neste blefe de um nacionalismo pífio, as demais nações,
por natureza, beligerantes, são as mesmas que acamparam no Brasil Colônia com os
mesmos olhos gordos e que hipnotizam, hoje, as reservas minerais brasileiras e o
rico campo genético amazônico.
Quando a presidente, em cadeia
nacional, começará a conscientizar a sociedade dessa indispensável cumplicidade,
transformando a alienação dominante em participação efetiva do povo e levá-lo a
reconhecer a necessidade do incremento da indústria nacional de defesa? Quando?
Cabe a presidente esse trabalho de esclarecimento e de “transformação de
consciências”. É imprescindível que ela e o povo saibam que a Nação é o conjunto
de todas as suas instituições com a participação ativa da parte civil da
sociedade. Não se fala aqui de “sociedade civil”, como se os militares não
fizessem parte dela e com os civis formassem um todo social.
Quanto ao segundo trecho
citado, esse “transformá-las para melhor
defender o Brasil” refere-se, explicitamente, às Corporações Militares, por
isso é, por demais, preocupante. Mais preocupação causa ao se ouvir, pela voz de
alguns militares, em seminários, a mesma fastidiosa falação, sem nenhum
esclarecimento, com o claro intuito de agradar a comandante em
chefe.
As Forças Armadas são as únicas
Instituições sérias do Brasil e as únicas conscientes de seus deveres
constitucionais. Portanto, transformar a consciência das Forças é incuti-las de
que são guardiães do governo, isto é, do partido dominante, e não do Estado, que
está acima de quaisquer diretrizes ideológicas, de quaisquer interesses
partidários.
Às Forças cabe a defesa da
Nação, impedindo que predadores nacionais ou estrangeiros minem os seus
alicerces, construídos ao longo da Verdadeira História do Brasil, a fim de
mantê-la étnica e territorialmente íntegra. Quem sabe se, justamente, são essas
dedicação e lealdade exclusivas das Forças ao Brasil que incomodam aqueles que
sempre detestaram o significado da palavra ‘pátria’?
“Transformar” as Forças Armadas para “financiá-las” e “equipá-las” deixa evidente a intenção
dos governos petistas de que as desejam reaparelhadas para defender o Brasil
deles, e não o Brasil de todos os brasileiros, liberto das coerções doutrinárias
e de doentias ideologias.
As palavras desses esquerdistas
não escondem a sua má índole.
*Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. Articulista do Jornal
Inconfidência. Membro da Academia Brasileira de Defesa. A
opinião expressa é particular da autora.
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