domingo, 15 de janeiro de 2012

OS ANTIBRASILEIROS (II)

Enviado por msorianoneto@hotmail.com

Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira*

Difícil – e necessário – é para um País que pouco trato teve com guerras convencer-se da necessidade de defender-se para poder constituir-se. Não bastam, ainda que sejam proveitosos e até mesmo indispensáveis, os argumentos que invocam as utilidades das tecnologias e dos conhecimentos da defesa para o desenvolvimento do País. Os recursos demandados pela defesa exigem uma transformação de consciências para que se constitua uma estratégia de defesa para o Brasil. ( Trecho 1. In: Estratégia Nacional de Defesa.) O grifo é da autora.


Disposição para mudar o que a Nação está a exigir agora de seus marinheiros, soldados e aviadores. Não se trata apenas de financiar e de equipar as Forças Armadas. Trata-se de transformá-las, para melhor defenderem o Brasil. (Trecho 2. In: Estratégia Nacional de Defesa.) O grifo é da autora.


Há dois fragmentos da END nos quais se fala em “transformação” e em “transformar”. Isto não significa que não haja outras partes do documento dando ênfase às mesmas palavras, pois a sua leitura investigativa leva tempo.
Certamente, é urgente “uma transformação de consciências” quando se trata de esclarecer a sociedade da necessidade de defesa do Brasil, considerando que não se coaduna com os tempos atuais essa reiterada mitificação de povo pacífico, não habituado a guerras. O brasileiro precisa, imediatamente, incorporar-se no trabalho de mobilização em prol da soberania nacional e conscientizar-se, sim, de que a terra que o acolhe e onde nasceu, exige outros cuidados para a manutenção de sua soberania, eliminando a perniciosa ideia de que o País se basta com carnaval e futebol.
Se o brasileiro carrega nos ombros esta pecha de pacifista e repete a cantilena dissonante das sereias rouquenhas da esquerda, neste blefe de um nacionalismo pífio, as demais nações, por natureza, beligerantes, são as mesmas que acamparam no Brasil Colônia com os mesmos olhos gordos e que hipnotizam, hoje, as reservas minerais brasileiras e o rico campo genético amazônico.
Quando a presidente, em cadeia nacional, começará a conscientizar a sociedade dessa indispensável cumplicidade, transformando a alienação dominante em participação efetiva do povo e levá-lo a reconhecer a necessidade do incremento da indústria nacional de defesa? Quando? Cabe a presidente esse trabalho de esclarecimento e de “transformação de consciências”. É imprescindível que ela e o povo saibam que a Nação é o conjunto de todas as suas instituições com a participação ativa da parte civil da sociedade. Não se fala aqui de “sociedade civil”, como se os militares não fizessem parte dela e com os civis formassem um todo social.
Quanto ao segundo trecho citado, esse “transformá-las para melhor defender o Brasil” refere-se, explicitamente, às Corporações Militares, por isso é, por demais, preocupante. Mais preocupação causa ao se ouvir, pela voz de alguns militares, em seminários, a mesma fastidiosa falação, sem nenhum esclarecimento, com o claro intuito de agradar a comandante em chefe.
As Forças Armadas são as únicas Instituições sérias do Brasil e as únicas conscientes de seus deveres constitucionais. Portanto, transformar a consciência das Forças é incuti-las de que são guardiães do governo, isto é, do partido dominante, e não do Estado, que está acima de quaisquer diretrizes ideológicas, de quaisquer interesses partidários.
Às Forças cabe a defesa da Nação, impedindo que predadores nacionais ou estrangeiros minem os seus alicerces, construídos ao longo da Verdadeira História do Brasil, a fim de mantê-la étnica e territorialmente íntegra. Quem sabe se, justamente, são essas dedicação e lealdade exclusivas das Forças ao Brasil que incomodam aqueles que sempre detestaram o significado da palavra ‘pátria’?
Transformar” as Forças Armadas para “financiá-las” e “equipá-las” deixa evidente a intenção dos governos petistas de que as desejam reaparelhadas para defender o Brasil deles, e não o Brasil de todos os brasileiros, liberto das coerções doutrinárias e de doentias ideologias.
As palavras desses esquerdistas não escondem a sua má índole.
*Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. Articulista do Jornal Inconfidência. Membro da Academia Brasileira de Defesa. A opinião expressa é particular da autora.

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