Só os tolos não 
percebem que eu estou é oferecendo uma saída à presidente Dilma Rosseff,
 e não extremando um problema, ao lembrar os fundamentos legais das 
manifestações dos militares da reserva. Quem está criando caso é o 
ministro Celso Amorim. À medida que tenho demonstrado que os militares 
não fizeram nada demais nem ao divulgar o primeiro manifesto nem ao tornar público um texto de protesto,
 estou, como diria Chico Jabuti, contribuindo para que o “barco descreva
 um arco e evite atracar no cais” da confusão. Agora, se a Soberana e 
Amorim, o seu “Tersites” (”Tersito” em algumas traduções… Essa eu fui 
buscar lá na Ilíada!!!), estão dispostos a fazer confusão, quem poderá impedi-los, não é mesmo? 77 oficiais-generais na lista
Dilma mandou punir aqueles 98 que inicialmente haviam, DE ACORDO COM A LEI,
 assinado um protesto. Havia apenas 13 generais da lista. A tarefa está 
se agigantando. Quatro dias depois do faniquito comandado por Tersites, 
segundo a última atualização, já são 609 — 77 deles generais (mais 338 
coronéis, 67 tenentes-coronéis, 13 majores, 29 capitães, 36 tenentes, 23
 subtenentes, 21 sargentos, 5 cabos e soldados). Endossam ainda o texto 1
 desembargador do TJ-RJ e 298 civis.
Como indagaria e responderia o poeta Ascenso Ferreira, “Pra quê? Pra nada!”.
Há, como eu disse, a
 lei 7.524, que vocês já conhecem. E publico o trecho a cada post para 
deixar bem claro quem está e quem não está com a institucionalidade 
nesse caso:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
 faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
 Art 1º
 Respeitados os limites estabelecidos na lei civil, é facultado ao 
militar inativo, independentemente das disposições constantes dos 
Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas, opinar livremente sobre 
assunto político e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico
 ou relativo à matéria pertinente ao interesse público.
Mas não é só isso. 
Só nas tiranias existe punição sumária, com arremedo de processo, como 
fazia, por exemplo, Josef Stálin, que já foi um herói do gosto de Dilma 
Rousseff, mas isso certamente ficou lá no passado, né? A presidente e 
seu Tersites deveriam saber que NÃO EXISTE ESSE NEGÓCIO DE DAR 
ADVERTÊNCIA A TODO MUNDO, assim, sem mais nem aquela. Militar não é um 
ministro, exercendo cargo de confiança, que pode levar bronca, ser 
desmoralizado, fazer poesia sobre minhoca no anzol, essas coisas, pore 
vontade da chefa…
O bom da democracia é
 que as Forças Armadas estão submetidas às leis, a uma 
institucionalidade. A extrema esquerda terrorista lutava, é verdade, por
 uma ditadura comunista, mas a grande maioria queria o regime que temos 
hoje: DE-MO-CRA-CI-A! E isso quer dizer que, se a lei permitir as 
punições — E A LEI NÃO PERMITE —, ainda assim, ela se dá segundo um 
regulamento.
Pra começo de 
conversa, não existe punição coletiva: “Pega todo mundo!” As penas têm 
de ser aplicadas individualmente, segundo um critério, segundo um 
ordenamento. Isso está claramente expresso, por exemplo, noRegulamento Disciplinar do Exército(a
 que pertence a maioria dos signatários). Não consultei os 
respectivos das duas outras Forças, Marinha e Aeronáutica, mas devem ser
 parecidos. São direitos do “punido”, segundo o Artigo 35:
Art. 35. O julgamento
 e a aplicação da punição disciplinar devem ser feitos com justiça, 
serenidade e imparcialidade, para que o punido fique consciente e 
convicto de que ela se inspira no cumprimento exclusivo do dever, na 
preservação da disciplina e que tem em vista o benefício educativo do 
punido e da coletividade.
 § 1º Nenhuma punição
 disciplinar será imposta sem que ao transgressor sejam assegurados o 
contraditório e a ampla defesa, inclusive o direito de ser ouvido pela 
autoridade competente para aplicá-la, e sem estarem os fatos devidamente
 apurados.
§ 2º Para fins de ampla defesa e contraditório, são direitos do militar:
§ 2º Para fins de ampla defesa e contraditório, são direitos do militar:
 I - ter conhecimento
 e acompanhar todos os atos de apuração, julgamento, aplicação e 
cumprimento da punição disciplinar, de acordo com os procedimentos 
adequados para cada situação;
 II - ser ouvido;
IV - obter cópias de documentos necessários à defesa;
 V - ter oportunidade, no momento adequado, de contrapor-se às acusações que lhe são imputadas;
 VI - utilizar-se dos recursos cabíveis, segundo a legislação;
 VII - adotar outras medidas necessárias ao esclarecimento dos fatos; e
VIII - ser informado 
de decisão que fundamente, de forma objetiva e direta, o eventual 
não-acolhimento de alegações formuladas ou de provas apresentadas.
 Entenderam?
Fico imaginando 
agora as Forças Armadas, muito especialmente o Exército, se dedicando a 
elaborar uns 500 processos de punição — sem contar, claro!, a 
ilegalidade imanente à coisa, já que os que se manifestaram estão 
abrigados pela Lei 7.524.
Alguns tolos que 
tentam fazer proselitismo no blog demonstram disposição para debater 
1964, o Ai-5, a Lei da Anistia, a decisão do STF… Olhem: já escrevi 
bastante sobre cada um desses temas. E nenhum deles é pertinente ao 
caso. Ou, agora, teremos de falar de todos as pessoas assassinadas pela 
VAR-Palmares a cada vez que falarmos da própria Dilma? Isso é uma 
insanidade!
Dilma faria melhor 
se cumprisse a lei e pronto! Ainda que se arranje uma saída negociada e 
que os militares aceitem alguma forma de admoestação e tal, sobra o 
caldo da tensão desnecessária, antecipatória, reitero, do que se 
pretende, de forma confessa (volto ao assunto em outro post), fazer com a
 Comissão da Verdade.
O melhor que Dilma 
tem a fazer é recuar da punição e demitir Celso Amorim. Não seria uma 
vitória dos militares da reserva, não, mas da lei (a 7.524) e do bom 
senso. Ministro da Defesa que dá conselho ruim pode levar um governante à
 ruína. É claro que o caso não é pra tanto. Mas o cargo é tão sério que 
nos cabe perguntar: “E se fosse?”
Imaginem tendo de comandar uma guerra quem não sabe o que fazer nem com a paz!
Por Reinaldo Azevedo
Colocaste com a clareza e a complementariedade próprias de um grande escritor e um eminente brasileiro. Entre nós, só acho que houve demora para a manifestação da nossa reserva moral (O Exército) Já permitiram a esses aventureiros irresponsáveis irem longe demais!.....
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